Percepções e imaginários: pesquisas em desenho, cultura e interatividade

Francisco Antônio Zorzo, Suzane Costa Lopes Braz, Ricardo Ferreira Rocha, Thiago Lins da Silva, Jaqueline de Jesus de Lemos

A mesa coordenada pretende mostrar algumas reflexões dentro do campo interdisciplinar do desenho, da cultura e da interdisciplinaridade. Parece muito conveniente considerar a interação entre lugares, percepções e imaginário na constituição de pesquisas do programa PPGDCI/UEFS. Essa atividade foi nucleadora do curso que estuda a percepção e a produção de imagens, no semestre letivo remoto de 2020.

Nesse sentido, parece válido rever, por exemplo, as definições clássicas de percepção e de imagem, como cânone e modelo, a fim de conseguirmos traçar as perspectivas que contemplem a educação, a cultura e a visualidade contemporânea. Partiu-se para uma posição interdisciplinar de estudar a percepção a partir do corpo e a visualidade com base na crítica da representação, que parece estar em jogo na contemporaneidade, procurando vinculá-los com os mecanismos de constituição de comportamentos e subjetividades.

Um dos componentes da mesa, veio estudar o desenho infantil, usando uma metodologia fenomenológica para compreender em que medida esse método pode dar visibilidade ao sentido do desenho dado pela criança que observa e ao mesmo tempo, é sujeito da ação de desenhar. A palavra criança é utilizada numa tentativa de contextualizar um sujeito histórico e cultural imerso na infância. A infância, por sua vez, é pensada a partir de Freud. O desenho se revela como uma possibilidade para a criança planejar ações, interagir com o meio e expressar-se. 

Em outra pesquisa, a ser relatada na mesa, é exposto como a comunicação e informação contribuem para reconfigurar a percepção da cultura na contemporaneidade. Tendo em mente tal concepção, pode-se partir de uma referência mais concreta para estudar a arte dos quadrinhos. Foi selecionada a produção de desenhos/quadrinhos,à pintura, a HQ Óleo sobre Tela, da quadrinista Aline Zouvi, que dialoga abertamente com a obra do pintor belga René Magritte. Problematizaremos questões no que tange à representação contemporânea, os saberes e lugares que se encontram no entremeio da imagem quadrinística e pictórica. 

Outro componente da mesa traz reflexões sobre o ensino médio e a roda de samba enquanto mediação didática\pedagógica no ensino; discuti questões metodológicas que permitam refletir acerca do atual modelo educacional e, dialogar questões entrelaçadas a linguagem do corpo tida como não verbal na pratica educativa. Para isso será imprescindível apresentar, à luz da teoria foucaultiana do discurso, elementos pertinentes à relação professor-aluno.

Será posto em discussão, a partir de outra pesquisa, questões sobre a feira livre e a cultura, com um olhar voltado para os conceitos de imagem, lugar, e cartografias afetivas no contexto da geografia cultural.

As pesquisas reunidas na mesa, trazem uma reflexão e um acolhimento crítico às percepções e imaginários, por tratarem exatamente de problematizar o olho e o olhar na sociedade em que vivemos. Na mesa que foi constituída com a proposta acima delineada, expressa-se um desejo de compreensão do lugar do desenho/imagem na cultura contemporânea. As comunicações a ser apresentadas e debatidas na mesa, oferecem uma oportunidade para compreensão de uma realidade cognitiva e cultural em curso no nosso ambiente acadêmico.

Leave a Reply

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.