Nem a morte nos une. o futuro da humanidade no pós-covid-19

Vítor de Sousa, Pedro Rodrigues Costa, Edson Capoano, Carlos Pimenta

Esta proposta de mesa tem a pretensão de deslocar a centralidade do debate sobre a Covid-19 para a condição humana pós-pandemia. Utiliza-se como eixo o conceito de imitação de Gabriel Tarde (1978), além de outros autores que contribuem para a reflexão sobre as “tragédias” geradas pelo novo coronavírus, a partir do clima de insegurança e medo instaurados na humanidade e na economia. Propõe-se um ensaio teórico em que se utilizam de recursos da “imaginação sociológica”, no sentido de prospeção da inversão da ordem estabelecida e apresentam-se nove argumentos distintos e correlacionados, como análise do panorama possível que coloque o fito na esperança, dentro do contexto do uso do verbo transitivo direto e pronominal “esperançar”, da ação política, do almejar, do buscar, enquanto contrário ao ato de esperar. 

Imaginar sociologicamente o amanhã, após o arrefecimento da crise pandêmica não está desconectado da “esperança”, enquanto ato e ação política, muito mais complexo e conflituante ao embaralhar-se, como num jogo de cartas, conceções de saúde, sobrevivência e sociedade utopicamente idealizada. 

O futuro tem futuro, mesmo que o resultado não signifique que o amanhã será melhor do que o presente. E, se olhado pelo ângulo das questões sociais, observa-se um agravamento suportado pelo modelo organizativo privilegiado, principalmente nos chamados países “periféricos”, pois é suposto estarem todos juntos, indistintamente, para evitar o morticínio pandémico que se anuncia de tempos em tempos. 

Dentro desse modelo de ordem social (hegemónico, central, colonizador, concorrencial, da luta de todos contra todos) fica uma suposição: nem a morte nos une!

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