Luis Alexandre Cerveira, Barbara Virginia Lucas, Inara Zamuner Sanchez

A diversidade humana historicamente foi alvo de construções e naturalizações em complexos esquemas de dominação e violência de gênero, étnico-raciais, geracionais, quanto a orientação sexual e sobre pessoas com deficiência. Os estudos acadêmicos/intelectuais e as lutas dos grupos socialmente oprimidos remontam a séculos atrás. Desde o final do século XIX importantes avanços foram obtidos como resultados das lutas sociais, o mundo acadêmico, entretanto, nem sempre foi um parceiro adequado. Nas últimas décadas, com os estudos pós-estruturalistas franceses, a teoria do discurso, estudos culturais, teoria Queer e estudos Decoloniais, entre outros, as relações entre o mundo acadêmico e os grupos portadores dos chamados “marcadores sociais da diferença” se estreitaram. Inspirados teoricamente por essa produção intelectual, e mobilizados pelas demandas desses grupos historicamente marginalizados, a Faculdade IENH, através do seu Núcleo de Estudos de Diversidade e a empresa Klabin S/A – uma transnacional brasileira do ramo de produção de papéis – em setembro de 2017 iniciaram uma cooperação com vistas a promover uma maior diversidade no seu quadro de colaboradores, bem como realizar ações de educação, respeito e valorização da diferença. Desde então, ações fundamentadas teoricamente, e enriquecidas por pesquisas empíricas realizadas pela Faculdade IENH e outras instituições de ensino superior, tem orientado ações de educação, sensibilização e promoção da diferença na empresa Klabin S/A. Este trabalho objetiva apresentar algumas dessas ações, bem como alguns resultados já obtidos. Por outro, pretendemos promover um relato e provocar discussões sobre essa experiência de relação Academia-empresa privada ainda tão insipiente no Brasil. Cabe dizer finalmente, que a equipe inscrita para a apresentação do Trabalho é composta por profissionais das duas instituições, a Faculdade IENH e a Klabin S/A.