Mwarusi: uma eutopia para o empoderamento da mulher
Martins Mapera, Rosa Gimo, Júlio Macário, Nelson Moda
Com a realização da Conferência de Beijing, em 1995, surgiram movimentos/organizações nacionais e internacionais da sociedade civil a reclamar o direito à igualdade entre as mulheres e os homens. Em Moçambique, embora a preocupação sobre o empoderamento feminino tenha começado antes da independência, o debate ganhou intensidade nas últimas décadas. Após a assinatura do Acordo Geral de Paz, em 1992, emergiram organizações que trabalham em prol da igualdade e equidade do género, aparentando serem a força protectora dos direitos da cidadania feminina. Embora haja envolvimento das organizações da sociedade civil nessa luta, prevalecem situações de discriminação política, social, cultural e económica da mulher, rasgando por completo o discurso da equidade e do empoderamento actualmente em uso. O presente artigo analisa o discurso de desenvolvimento e empoderamento da mulher em diferentes status sociais em Moçambique e, em particular, na cidade da Beira, tomando em consideração o conteúdo dos relatórios oficiais e das organizações da sociedade civil. Igualmente, examina as entrevistas feitas a mulheres da cidade da Beira. A metodologia teve que ver com a natureza do público-alvo e do próprio objecto do estudo, constituído por mulheres em posição de tomada de decisão, líderes comunitários, encarregados de educação e comerciantes.
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