Formação (inter)Cultural: mediações identitárias na diáspora negra contemporânea
Rita de Cassia Dias Pereira de Jesus, Mariana Ballen Fernandes, Kleber Antonio de Oliveira Amancio, Rosildo Moreira do Rosario
Os debates contemporâneos sobre a formação para a diversidade, as relações étnico-raciais e os processos identitários, tem passado por uma grande e complexa articulação entre os aspectos relacionados à multirreferencialidade na construção do conhecimento e sua difusão. Aspectos relacionados à justiça cognitiva, aos saberes dos povos, a (trans/interculturalidade)culturalidade tem expressiva importância nos contextos de (trans) formação cultural, tanto no que diz respeito ao imbrincado das vivências sócio-históricas, das experiências culturais e geo-políticas vivenciado nos trânsitos humanos, em especial na diáspora negra pelo mundo, quanto nos múltiplos cenários de convívio, e expressão implicada das sensibilidades postas na construção identitárias dos sujeitos contemporâneos. Intencionamos reunir estudos/experiências de formação implicada, em cenários variados de formação cultural, que promovem ampla conexão de culturas, linguagens, saberes, fazeres, histórias de vida e formação e saber-fazer, associadas às múltiplas culturas locais e “deslocalizadas” na vivência diaspórica, uma vez que as experiências de formação na inter/transculturalidade, e na internacionalização, tem impactos pessoais individuais, mas também operam sobre o conhecimento construído – suas bases, ancoragens epistemológicas, axiológicas, culturais, éticas, estéticas, e sobre a cosmovisão da égide sob a qual se constrói, impactos, portanto, sobre a constituição identitária destes sujeitos culturais na formação. Abordagens de cunho multidisciplinar, contribuirão significativamente para as compreensões pretendidas, uma vez que tem-se a expectativa de que as discussões fomentadas pelas presenças desses corpos nômades, nos processos de formação, afetem nos processos da interculturalidade, nos sistemas de ensino que os/as recepcionam. No que concerne às populações afrodiaspóricas esta posição implica em reconhecer sua contribuição ética, estética, intelectual, artística e econômica para a composição das sociedades, nas fronteiras internas, e no que chamamos de “mundo moderno”, e para a compreensão da geopolítica contemporânea. Pretende-se promover descritibilidade das experiências e dos sentidos atribuídos à formação (inter)cultural, suas linguagens e tecnologias, na diáspora, assim como, contribuir para o mapeamento das políticas e práticas para a promoção da formação, em intercâmbio intercultural e cooperação bilateral, e identificar as estratégias e as formas de mediação cultural e interdisciplinar, desenvolvidas nas práticas da formação (inter)cultural no Brasil, em Portugal e Moçambique.
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