Machado de Assis real: identidades biográficas do literata à luz dos estudos culturais

Carlos Jael Soares da Silva, Jefferson da Silva Pereira, Gustavo César da Silva

O movimento negro brasileiro reclama como representante identitário o afamado Machado de Assis, considerado o possível supremo dentre literatas negros mundiais (Bloom, 2002). Entretanto, oficialmente, e supostamente autodeclarado, o escritor seria branco tanto em feição quanto em estilo eurocêntrico, segundo contemporâneos e críticos. Fotos popularizadas favoreceriam tal versão. Outros coevos apontavam-lhe os modos afrancesados, a negação à própria mulatice e o não favorecimento da multietnicidade e multiculturalidade do país, além do desmerecimento do abolicionismo e da exclusão de negros nos romances. Por outro lado, defensores da literatura brasileira afrodescendente incluíram-no no rol de ícones, sobretudo baseando-se em crônicas. Esse embate entre branquitude e negritude fez-se presente até na publicidade. Mas, afinal, qual discurso é o correto? Machado teria autodeclarado uma identidade? Ou optou por reservar estas e outras às intimidades? A mesa propõe-se a apresentar dele dados biográficos diversos e adversos e objetiva encontrar, à luz dos Estudos Culturais, junto aos participantes, uma resposta satisfatória, um consenso ou caminhos outros para vislumbrar abordagem adequada. Serão trazidos à baila estudiosos a exemplo de Mbembe, Fanon, Alcoff, Raymond Williams, Stuart Hall, Castells e Darcy Ribeiro.

Leave a Reply

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.