Perfil
Na sua voz a musicalidade afro-brasileira encontra o jazz e o soul de forma original. Poeta, mesmo antes de se tornar cantora, acredita na arte como via de transcendência e no respeito à diversidade como condição fundamental à vida. Seu pai, o cantor e compositor Messias Santiago, passou para ela e os dois irmãos o interesse pela literatura e pela música enquanto a mãe, professora de português e também grande incentivadora das sessões de leitura, nunca mediu esforços para apoiar as produções da família, numa casa onde livro, vinil e vitrola eram artigos de primeira necessidade.
Em 2018 lançou em Salvador o DVD “Ella é do Brasil”, seu 4o projeto solo. No repertório canções inéditas de sua autoria e de outros compositores, como “Bahia Minha Preta” (Caetano Veloso) e “Coração Absurdo” (Itamar Assumpção). O registro traz ainda “Calunga Exuberante”, uma parceria com Chico César que também participa do DVD. Após a gravação no Teatro Castro Alves em 2015, o projeto passou por 5 cidades brasileiras mas só em 2018 voltou a Salvador, com 2 shows no Café Teatro Rubi.
Em 2015 a artista lançou o álbum “Ella”. Com a marca autoral dos trabalhos anteriores, o projeto traz 15 faixas, uma delas, “Apará”, já havia sido lançada no EP virtual “In tudo que é canto”, disponibilizado no pioneiro My Space, em 2010. “Mariella”, seu álbum de estreia (2002), traz um elenco de participações notáveis: Hermeto Pascoal, Carlinhos Brown, Dj Dolores e Gerônimo, tocando trombone numa leitura jazzistica do samba-reggae “Eu Sou Negão”. O CD é fruto da sua parceria com o guitarrista Pascal Héranval.
Nos últimos 20 anos Mariella tem se apresentado em projetos e festivais pelo Brasil e Europa, principalmente na França, Espanha e Alemanha. Na Bahia sua presença é referência de inovação. Promove eventos multimídia que contam com a parceria de artistas de diferentes áreas, como Encontros de Verão com Mariella Santiago e Convidados (2015,2014,2013), Tributo a Itamar Assumpção, que teve entre os convidados Anelis e Serena Assumpção e Orquestra AfroSinfônica (Pelourinho 2010), “A cidade onde cantar é igual a latir”(Teatro Acbeu, 1997) e Pirambeira Multimídia (Zauber, 2006).
Experimental por natureza mesmo quando aborda temas tradicionais, sua musicalidade se estende para além do trabalho solo. Desenvolve projetos com diversos artistas entre eles o coletivo Pra te lembrar do Badauê, junto a fundadores do icônico Afoxé Badauê e dos artivista Chico Assis e Nelson Maca, com o músico e cineasta André Luís Oliveira (Projeto Mensagem III), além de Moreno Veloso (Cinesom BA), Rafa Dias (DVD Ella é do Brasil) e com o artista multimídia Marcondes Dourado.
Mariella se expressa e compõe fluentemente em Francês e Inglês. Sua estreia profissional aconteceu em 1990, interpretando sucessos de Janis Joplin no musical Projeto J. Após participar do espetáculo foi solista de várias formações interpretando blues, jazz standards e clássicos da Bossa Nova. Na Alemanha participou do projeto Virtopera, do maestro Eberhard Schoener, como protagonista da ópera Beleza Negra. Além das gravações e apresentações da ópera, Mariella participou do Cd Eberhard Shoener and Friends-Crossing times and Continents – reunião de estrelas da música internacional entre elas, Andrea Boccelli, Andy Summers e Sting, com quem Mariella realiza um dueto na faixa Only the wind (Eberhard Shoener and Friends-BMG – Ariola, 2006). Na França participa do musical Moi et mon cheveau, onde sucedeu a atriz e cantora Laila Garin (2011-2012). O musical dirigido por Eva Doumbia tem produção da compania La Part du Pauvre, e já se apresentou por 10 cidades francesas.
Nos anos 1990 acompanhou grandes artistas da MPB como vocalista; Gilberto Gil, na primeira formação do Expresso 2222 que celebrava o aniversário da Tropicália, Carlinhos Brown, para a turné brasileira do disco Alfagamabetizado (1997-1998). Ainda nos anos 1990, cantou com o poeta Luís Galvão (Novos Baianos), interpretando suas novas canções e integrou o grupo de Roberto Mendes e Jorge Portugal, enveredando pelo universo mágico do Samba de roda e da Chula do Recôncavo baiano. Essa inclinação para o intercâmbio com outros artistas se reflete no seu vocabulário musical e na sua discografia, que já soma mais de 20 cds e dvds, entre produções solo, participações especiais e coletâneas, lançados no Brasil e no exterior.
Outros artistas que fizeram e fazem parte da sua rede criativa: Zhal Sissoko (Senegal/Canadá), Aline Falcão (BR), Ananda Jyothi (Índia), Arto Lindsay(BR/EUA), Paquito, Andy Summers (UK), Rogério Duarte, Phillipe Baden Powell (FR-BR), Laila Rosa (PE), Thiago Pondé (Cena Tropifágica), Ivan Klaxar (Serbia), Eva Doumbia(FR), Lamine Soumano (Mali), Lionel Liontonet (FR), Letieres Leite, Pepeu Gomes, Lazzo Matumbi, Ubiratan Marques e Orquestra Afro Sinfônica, Badauê, Jorjão Bafafé, Mou Brasil, Anderson do Samba, Mauricio Mello, Raimundo Sodré, Monica Millet, Rebeca Matta, Afoxé Badauê, Afoxé Amigos do Katendê, Maurício Lourenço, Nelson Maca, DJ Gug Pinheiro, Dj Rafa Dias, Dj Jeronimo Sodré, Dj Angelis Sanctis aka Claudio Manoel , Dj Drum, dj Mauro Telefunksoul e Dj Adriana Prates (BR).
Atualmente Mariella apresenta-se com o trio Nouvelle Vague e prepara seu 5o trabalho, com lançamento previsto para 2021.2
(Fonte: https://www.mariellasantiago.com/mariella)