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Os caiçaras são uma mistura de povos (…) que ficaram parcialmente isolados na estreita faixa de terra entre o mar e a serra, que se estende do norte de Santa Catarina até o centro do Rio de Janeiro, no Brasil. (DIEGUES,s/d). Muito dos seus trânsitos são feitos pelas águas – do mar aberto, das baías, dos canais, dos rios. Esta exposição trata de imagens realizadas durante esses trânsitos, seja a partir de uma margem, ou dentro dos trajetos. O título de “QUINTAL CAIÇARA” remete-se ao caseiro, ao cotidiano, às paisagens comuns dentro desse espaço. A água, os barcos e canoas são elementos comezinhos e diários. O encontro do sol e do mar oferece espaço perene de contemplação e encantamento. A transformação diária da paisagem, a impermanência e a beleza desses grandes fluxos transbordam e conformam os modos de viver. A pesca tradicional é a principal atividade econômica e com ela, desde muito jovens, os caiçaras aprendem a contemplar, a esperar o momento certo para o lançar ou puxar a rede. A paisagem natural somada a esse espírito contemplativo produz uma atmosfera de transcendência, que aproxima a dimensão do sagrado à realidade. É no QUINTAL CAIÇARA que se estabelecem as trocas, os tráfegos, o lazer, o trabalho, a cultura.