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Este livro consiste numa coletânea de textos escritos por estudantes do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG). Os textos constituem, no mais das vezes, escritos de circunstância elaborados em situações específicas para atender a tarefas pertinentes à disciplina Língua Portuguesa, Literatura e Cultura, que ministrei a estudantes do Ensino Médio. A seleção dos textos aqui enfeixados obedeceu ao preceito de revelarem a sensibilidade de seus autores para as coisas miúdas de que o escritor se serve como matéria-prima para uma escrita que, conquanto brotada de sua mina de inquietações pessoais, atinge dimensões universais e suas divagações raptam nossa atenção como se fôssemos prestigiados confidentes. Os textos compreendem uma pletora de gêneros textuais/literários, notabilizando-se o ensaio, a resenha, o poema, a crônica e o artigo de opinião. Já as temáticas gravitam em torno de questões postas na ordem do dia, tais como as percepções de vazio e/ou aceleração e a decorrente crise da “experiência vivida”, conceito antropológico que soa passadista frente à fugacidade dos lapsos espaço-temporais que se sucedem vertiginosamente; o problema do narcisismo – primário ou secundário, das pequenas ou das grandes diferenças – como catalisador do que se convencionou denominar “discursos de ódio” nas redes sociais; e o dilema entre, de um lado, a necessidade de adequação da língua, como fenômeno social, às mudanças socioculturais em nossa comunidade linguística, e, de outro, a observância ao sistema de regras que distinguem todo idioma. Com efeito, nas páginas do livro se lerão escrevinhações esparsas, que escritores de tempos idos denominavam, com suspeita modéstia, “bagatelas” ou “mil nadas”. Mas essas miuçalhas, como que lançadas a esmo num pot-pourri, revelam a bifrontalidade centrífuga e centrípeta de moças e rapazes que, à maneira de Jano, têm dois olhares bem apurados: aquele que vê seu entorno e aquele que observa seu próprio interior.