Francisco Mesquita, Madeleine Muller
Estamos todos numa solidão e numa multidão ao mesmo tempo, vivendo o fim do futuro, lembrou Bauman. No future!, proclamavam os punks, num grito de concordância com um mundo que se liquefez na incerteza do tempo. Sartre legou-nos o amor visceral pelo homem. Talvez por isso, na dúvida do momento, também uma vontade indomável de vomitar a náusea do ser, do estar, do existir. Tanto faz, na indiferença das ideias, que tudo seja tão indiferente para todos. A Náusea somos nós que devorámos todos os estados do universo, numa espiral dialética que levou à imaterialidade.
No SÓLIDO vislumbrámos Consumidores e produtores, Durabilidade, Consumo para a sobrevivência, Instituições sólidas e Imobilidade geográfica e trabalhista. No LÍQUIDO sobreveio o Consumidor ávido, Consumo para aceitação material, Obsolência programada, Instituições e relações fluidas, Mobilidade geográfica e flexibilidade trabalhista. No GASOSO confrontamo-nos com a Sociedade de consumidos, O pós-consumo, Instituições gasosas, A inexorabilidade da sociedade digital e o decrescimento como obrigação.
A obra de arte a veicular, abastecida de uma memória cultural e seguindo pistas vivenciais, levanta questões do olhar, do pensamento e da passagem, convocando mitos e ritos. Dispositivos tecnológicos diversos: vídeo, voz, fotografia, design e materiais fotosensíveis, que materializam a
imaterilialidade desta viagem espiritual e metafórica.
Referências culturais, autorais e outras vivências Modernismo l Surrealismo l Pós-modernismo l Zygmunt Bauman l Jean-Paul Sartre l Rock l Punk l Fernando Pessoa l Carlos Drummond de Andrade l Georges Méliès l Walter Benjamin l Marcel Duchamp l Mário Cesariny l e muitos muitos outros…
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