Entre saberes, fazeres e festas da tradição: desafios teóricos e metodológicos da pesquisa acadêmica sobre a economia do patrimônio cultural imaterial na Bahia
Daniele Pereira Canedo, Carmen Lima, Mércia Aquino, Murillo Pereira, Vinícius Morende
A mesa tem como objetivo promover reflexões sobre os desafios teóricos e metodológicos e os principais resultados alcançados pela pesquisa acadêmica no campo da economia do patrimônio cultural imaterial. Serão discutidas cinco investigações realizadas no âmbito do Observatório da Economia Criativa da Bahia (OBEC-BA) e do Programa de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade que também têm como ponto em comum que os objetos de pesquisa compõem o patrimônio cultural imaterial baiano. Os trabalho dialogam com conceitos relevantes para as análises sobre os saberes, fazeres e festas da tradição popular e propõem procedimentos metodológicos que podem representar uma contribuição ao estudo da economia da cultura a partir de cadeias produtivas, das redes sociais, da organização produtiva, entre outros fatores, podendo serem adotados como referenciais para análises semelhantes de outras referências culturais tradicionais que compõem a diversa economia da cultura imaterial brasileira.
A primeira apresentação será realizada pela profa. Carmen Lima, que vai apresentar os principais dados e análises resultantes pesquisa coletiva realizada pelo Observatório de Economia Criativa da Bahia (OBEC-BA) sobre os impactos da pandemia para os festejos juninos. O enfoque nesta festa popular brasileira decorre dela ter sido a primeira de grande porte no país a ser cancelada como medida necessária à contenção da pandemia.
Em seguida, a doutoranda Mércia Queiroz vai apresentar as escolhas conceituais e metodológicas utilizadas para investigar a Festa de Iemanjá, em Salvador. O trabalho analisa a pertinência dos parâmetros da Economia Criativa e seus rendimentos analíticos para o estudo das festas populares e, mais especificamente, da Festa de Iemanjá.
Na sequência, o mestrando Murillo Pereira apresenta os primeiros resultados da pesquisa sobre a economia da cultura no Bembé do Mercado. Trata-se de uma manifestação religiosa, política e artística realizada no município de Santo Amaro pelas comunidades de religião de matriz africana desde o dia 13 de maio desde 1889 para celebrar o fim da escravidão no Brasil. Baseada na pesquisa de mestrado, em andamento, a proposta busca apresentar o estado da arte na literatura acadêmica acerca dos estudos sobre o Bembé do Mercado e a Economia da Festa.
O quarto trabalho é baseado na tese defendida por Vinícius Morende no Pós-Cultura que investigou os processos da construção tradicional na Chapada Diamantina por meio da análise dos ofícios que usam o barro como matéria-prima, no município de Morro do Chapéu (BA). A pesquisa foi realizada a partir de análise documental das informações do inventário dos mestres artífices da construção tradicional da Chapada Diamantina, realizado pela UFBA e IPHAN entre os anos de 2014 e 2017.
Por fim, a professora Daniele Canedo vai apresentar os caminhos conceituais e metodológicos que estão propostos na investigação sobre a economia da capoeira. A pesquisa tem como objetivo conhecer as redes de parcerias da capoeira, identificando a cadeia produtiva, o potencial econômico e os modelos de organização produtiva adotados para a gestão dessa forma de expressão cultural, que vêm possibilitando o seu processo de expansão nacional e internacionalmente.
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