Martins Mapera, Pedrito Cambrao, Armindo Armando.

Nas sociedades modernas, a diversidade cultural constitui uma realidade inegável que favorece a convivência social. Todavia, nota-se que além da diversidade ser uma resposta a convivência salutar na comunidade, ela constitui o ponto de partida para a eclosão de conflitos, pois nela vigoram estereótipos e etnocentrismos. Em Moçambique, as políticas de Unidade Nacional têm vindo a ser desafiadas com a diversidade cultural, facto que faz com que a tal unidade seja um projecto a longo prazo. Neste âmbito, é importante entender os desafios que nos são impostos para minimizar os conflitos desta natureza, olhando para o conflito ideológico existente entre a diversidade e a unidade, apesar de os conceitos “cultura” e “nação” terem a mesma contextualização, do ponto de vista prático. Com o artigo, pretendemos analisar os desafios de que a diversidade cultural enfrenta diante das ideologias de unidade nacional, identificar principais desafios para as culturas diante desta apregoada política de unidade nacional e, finalmente, reflectir sobre mecanismos de promoção da diversidade cultural diante da ideologia da unidade nacional em Moçambique. Para o desenvolvimento do artigo, recorremos a abordagem qualitativa, privilegiando a revisão bibliográfica, entrevistas semi-estruturadas e observação participativa, coadjuvada com a análise empírica da realidade moçambicana numa abordagem histórica, o que permitiu o desenvolvimento teórico do estudo. Por fim, o estudo sugere a necessidade de políticas de promoção de culturas para que a diferença fortaleça a unidade.